segunda-feira, 21 de março de 2016

Pássaro Braços abertos Asas Albatroz Sou pássaro em voo E vou Nas entrelinhas do tempo A te buscar.. E o vento nos beirais E a chuva, rios nas calhas, Cantam uma canção de saudade Pássaro Que voa nas entrelinhas do tempo O pensamento Máquina do tempo Nossa história Um conto, um canto de saudade, Que não leva O vento nos beirais A chuva, Rios nas calhas... Meu pensamento Albatroz E vou Nas entrelinhas do tempo a te buscar. Fabiano Brito
Pó Tua carne Apenas a agonia Da morte As dores da vida Teu corpo Apenas pó Carne, ossos, vísceras A lousa Cravos brancos Teu corpo sepultado Na terra És pó e ao pó voltarás Uma pedra atirada no espelho das águas Semi-círculos A vida dá voltas Antes a carne farta Os olhos em luz A boca carmim O desejo de tantos Agora... pó Apenas minusculas partículas Que leva o vento E que um dia Será total esquecimento. Fabiano Brito
Era o diabo Tentava Um anjo Chamava para o voo Se dava... Dizia: "Sou tua" Aos outros dava Deitava, fingia "Tua" Se dava Era o diabo, o corpo de anjo O hálito de álcool O cigarro Chamava, tentava Eva E eu ganhava o paraíso, "Tua" Aos outros dava Partiu um dia Para nunca mais No espelho com batom vermelho "Sempre tua" Partiu Deus por castigo Fechou as portas do paraíso. Fabiano Brito
Lá agora onde te esconde a distancia O meu amor te guarda Para sempre... O meu amor Te guarda Como o infinito guarda ao mar Como o céu guarda aos astros Sempre Amor... Que o amor é um rio Atravessa desertos Esquece até Que o outro, A muito partiu Lá agora Onde te esconde a distancia O meu amor te guarda Que o amor é loucura Não há razão Mesmo quando o olho não vê Ainda quando se abraça o vazio Há o sonho que nos leva Onde te esconde a distancia... Fabiano Brito
Ah! O silencio... Nas horas mortas Quando dormem os dias... Na penumbra Teu corpo, branco, Raio de lua Livres, Nossos corpos Um só Partes que se encaixavam Formavam um todo Mundo,,, Hoje o silencio Apenas eu Na penumbra do quarto Sombras, restos ... O que resta de mim Sombras Restos Fabiano Brito
Carrego em mim toda sujeira do mundo A tapa na face, o grito, o ódio O estampido da arma O olho que ambiciona O sangue que corre na sarjeta As manchetes nos jornais Minha carne o papel onde se escreve Os pecados do mundo... Carrego em mim o peso da cruz O desamor, a vaidade, o orgulho Nego o teu nome, nego o teu nome, nego o teu nome Três vezes, nego o teu nome Bicho escroto Que crava o cravo em tuas mãos A ponta da lança, o vinagre na tua boca O sem Deus, o sem alma Carrego em mim A lama, a chama negra, as sombras Humano Um bicho humano Que guarda em si Toda sujeira do mundo. Fabiano Brito
E continuas teus passos ao longe Cada vez mais longe de mim Segues o teu itinerário Como uma ave em arribação Voas, voas... Na retina dos meus olhos teus passos Teu rastro na areia Que vão seguindo como segue a vida Talvez seja a vida um jogo de dados Que se lança sobre a mesa E o destino escolhe o lado... E se ganha ou se perde Nos perdemos Nunca mais tua mão na minha Nunca mais teus olhos nos meus Nunca mais... Continuas teus passos ao longe Ave em arribação Voas, voas, Cada vez mais Para o longe de mim. Fabiano Brito